terça-feira, 12 de março de 2013

Como é possível que empresas entendam o VALOR nas atividades de TI?

Muito comum hoje em dia o setor de Tecnologia da Informação das empresas ter demandas gigantescas, poucas pessoas ou recursos para suprir as necessidades, "bombeiros apagando incêndios" ao invés de analistas e gestores de TI executando suas tarefas. O interessante é que muitas vezes as coisas acontecem, mesmo que "aos trancos e barrancos", o serviço de TI é entregue, muito suor se gasta tornando a TI eficiente mas não eficaz (ou eficaz e não eficiente? enfim, deixaremos para Peter Drucker essa decisão). 

Ainda assim em um cenário como este, é muito comum também que clientes e usuários tenham muitas reclamações no que tange a entrega de serviços por parte da TI, por vezes claro que exageradamente, como um usuário disse certa vez que -Em casa meu link de Internet tem 15 megas e o da empresa tem 10 megas, vou trabalhar em casa!-
Também acontece de gestores de outras áreas da mesma organização enxerguem a TI como um custo na empresa, sendo difícil "vender" uma ideia, tecnologia ou até mesmo uma melhoria de processos internamente pois alguns gestores parecem céticos de que a proposta de TI traria realmente um retorno convincente aos negócios.

Porque isso acontece? Porque muitas empresas têm dificuldades com sua TI? Porque a TI não consegue demonstrar um retorno claro às organizações através de suas atividades? Não há uma única resposta para essa questão mas muito disso está ligado a uma única palavra: VALOR

Segundo o ITIL, VALOR consiste em duas partes primárias: UTILIDADE e GARANTIA

  • A UTILIDADE, ou serviço de TI adequado ao propósito, é percebida quando os atributos de um serviço de TI estão adequados ao seu objetivo proposto (ex: esse software de gestão financeira realmente atende a nossa necessidade, é rápido e produz o objetivo que buscamos)
  • A GARANTIA, ou serviço de TI adequado à utilização, é derivada da percepção positiva de que o serviço supre todos os requisitos de entrega que são propostos tais como disponibilidade (estar disponível sempre que é necessário) e segurança das informações onde a base é o CID - Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade.

Então, como é possível que empresas entendam o VALOR nas atividades de TI? 
Para que a percepção desse VALOR gerado por TI seja realmente demonstrável e compreendida, um dos primeiros e mais importantes passos é entender o nível de maturidade tanto da TI quanto das empresas. Ambos lados devem estar abertos a uma visão holística, voltada para processos, modelos e metodologias já utilizadas pelo mercado, não é necessário reinventar a roda. Nessa caminhada, devem estar preparados para enfrentar o pior dos pesadelos: A mudança (ou tentativa de mudança) de CULTURA dentro de suas próprias empresas. 

Até aqui, antes mesmo de poder produzir o VALOR, a caminhada já foi muito árdua. A TI começa a querer mudar algumas coisas, já enfrenta desafios que não dependem de fatores tecnológicos como a marca de um fabricante, uma tecnologia específica, um link de dados de alta velocidade. Nesse ponto, muitos gestores de TI param por não conseguir quebrar as primeiras barreiras, por vezes culturais ou ainda políticas. Nesse momento é muito importante que a TI se aproxime do negócio para que as coisas aconteçam, o que não acontece com frequência. 

A TI tem que ter a resposta de questões que o negócio, e somente o negócio, pode fornecer: 

  • Qual é o rumo dos negócios? Qual a taxa de crescimento prevista?
  • Como a TI pode ajudar o negócio a alcançar esses objetivos?
  • O que o negócio espera da TI? Onde podemos melhorar?
  • O negócio sabe o que e como a TI faz as coisas (portfólio de TI)? 
  • Quais os serviços de TI que fazemos, ou não, que podem suportar a estratégia dos negócios?
  • .......


Compilar estas informações fazendo um cruzamento com as capacidades dos recursos que suportam os serviços de TI disponíveis é o grande desafio para os tomadores de decisão nas empresas. Como resultado prático, as necessidades são supridas de forma a ir ao encontro das estratégias dos negócios e assim, aumentando e melhorando o nível de percepção de UTILIDADE e GARANTIA das atividades que a TI desenvolve em todos os níveis hierárquicos, desde a alta direção. 

Enfim, esse é uma parte de um todo. Não é fácil, ninguém tem uma fórmula mágica. Mais importante ainda: o que é bom para uma pessoa ou empresa pode não ser bom para outros. Isso quer dizer que independente da empresa, as questões estratégicas são diferentes e a TI precisa ENTENDER e dar o SUPORTE NECESSÁRIO para que a estratégia dos negócios seja alcançada. Tal suporte consiste em alocar os recursos para as atividades dando foco nos resultados que fazem a diferença para o negócio e não somente para a TI e assim, usuários e clientes têm uma visão e um direcionamento de que as atividades de TI estão sendo feitas desta forma pois o negócio precisa que seja assim.

Aí sim teremos um alinhamento de TI com o negócio gerando valor agregado (jargões de mercado que podem de palavras comuns, tornarem-se realidade com a ideia de percepção de VALOR das atividades de TI).





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